#mesadeBar: PORQUE O EVANGELHO É UMA MISTURA DE JONATHAN EDWARDS E BRENNAN MANNING


Você sabe o que é o Evangelho? Você saberia resumir o Evangelho em uma frase? Faça um teste aí mesmo, sentado onde você está. Resuma o Evangelho para si mesmo em uma frase. Você tem dois minutos. Prossiga a leitura depois de ter feito esse exercício, por favor. Se você não conseguir, não desista deste texto. Prossiga.

Conseguiu? Em qual frase você pensou? Agora, como você explicaria o Evangelho para alguém?


Vamos deixar algo bem claro: "Jesus te ama" não resume o Evangelho. Pode conter uma parte do Evangelho, mas não todo. "Jesus pode tirar seu sofrimento" não é o Evangelho. "Jesus pode mudar sua vida" também não é o Evangelho. É só um clichê (ainda que verdadeiro) que as pessoas que não sabem o que é o Evangelho usam para "evangelizar". Mas não é Evangelho como a Bíblia define. O Evangelho é muito mais profundo do que tudo isso. 

O Evangelho também não é uma nova religião. Não é um padrão moral ou um novo ritual a seguir.  Não é um conjunto de regras. Evangelho significa, literalmente, "Boa Nova". É uma novidade e é boa. 

A Boa Nova é a maneira pela qual somos aceitos por Deus, tornados justos diante dEle. Essa história de "Cumpra estas regras, faça estes rituais, seja assim e venha para a minha igreja para Deus te aceitar" não é uma Boa Nova. Pelo contrário. É uma Velha Ruim. As religiões antes de Cristo e depois de Cristo já pregam isso. 

Baseado na Bíblia, resumo o Evangelho da seguinte uma forma: "Má notícia: estamos todos ferrados, pecamos e merecemos a punição. Boa notícia: Jesus já sofreu a punição, Deus nos aceita por causa do sacrifício do seu Filho" (Romanos 3:23-24). O Evangelho é uma mistura de Jonathan Edwards e Brennan Manning. Edwards é conhecido por seu sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado" que, segundo a história, pessoas se agarravam às colunas do templo durante a pregação, com medo da ira divina. Manning nos apresenta em seus livros o amor sacrificial do Pai e a graça de forma singela e contagiante.

Pecamos contra um Deus justo e eterno. Nossa recompensa seria a ira de Deus sobre nossas cabeças. Se Ele é justo, não poderíamos passar impunes. Mas Deus também é amoroso e misericordioso, Ele não queria que o ser humano (coroa da criação, feito para um relacionamento com o Eterno) fosse destruído. Eis o dilema de Deus: como saciar minha justiça e minha ira mas absolver os pecadores por causa do meu amor? Ele, então, traça o plano mais brilhante do mundo. Jesus morreu na cruz para tomar sobre si a ira de Deus que era destinada a nós. O mais louco é que Jesus é Deus, ou seja, o próprio Deus sofreu em si  o castigo que merecíamos, movido por seu infinito amor. 

Evangelho sem ira e justiça de Deus não é Evangelho. Mas Evangelho só com ira e justiça de Deus (THIS IS SPAAAAAAAARTA!) também não é Evangelho. Evangelho só com amor de Deus não é Evangelho. Mas Evangelho sem amor e graça perde o sentido. 

É pela falta de conhecimento do verdadeiro Evangelho que temos templos lotados de pessoas vazias. É pela falta de tempo em ensinar o verdadeiro Evangelho que a igreja está cheia de gente que acha que "Evangelho" é sinônimo de "doutrina" ou "dogma", sem saber que Evangelho é Boa Nova. 

Que a pregação do Evangelho seja a pregação da verdadeira Boa Nova. A mistura de Jonathan Edwards e Brennan Manning. Amém.


Referências: 

Livro de Romanos, capítulos 1 ao 8. 

Livro de Gálatas.

WASHER, Paul. O Verdadeiro Evangelho. 1 ed. São José dos Campos: Editora Fiel, 2012.

EDWARDS, Jonathan. Pecadores nas mãos de um Deus irado. Transcrição do sermão em áudio disponível aqui

MANNING, Brennan. O anseio furioso de Deus. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.

Severino Netto

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