#jukeboxReverse: DAMARES E A SÍNDROME DE LADY KATE



Por Netto Britto
Netto é estudante de Publicidade e
Propaganda e amante da cultura pop.
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O #jukebox de hoje é diferente. Geralmente, costumamos mostrar reflexos da Graça e da Palavra em músicas que estão "fora dos nossos arraiais". Hoje, porém, vamos mostrar resquícios de um pensamento mundano em canções da indústria gospel.

Pois bem. Vamos lá!

Por volta de 2008 surge no Zorra Total, programa "humorístico" da Rede Globo, a personagem Lady Kate, interpretada por Katiuscia Canoro. Lady Kate fez bastante sucesso principalmente por causa de seu bordão - "Tô pagando!". Ela se achava no direito de armar o barraco que quisesse, afinal, tudo aquilo havia sido comprado com seu dinheiro. 

Eu lembrei da Lady Kate quando ouvi pela primeira vez a música "Alto Preço", interpretada pela cantora gospel Damares e de autoria de Anderson Freire. A letra até que começa bem embasada biblicamente, falando do sacrifício de Cristo e da justificação pela obra da cruz. Mas é no refrão onde a coisa sai dos trilhos de maneira tragicamente assustadora:

"Eu tô pagando, eu tô pagando
O preço pra morar no céu eu to pagando
Eu vou lutando, eu vou chorando
Cada detalhe o Senhor está somando
Eu tô pagando, eu to pagando
O preço pra morar no céu eu tô pagando
Eu vou lutando, eu vou chorando
A santidade tem um preço, eu tô pagando

Tô pagando, tô pagando

Um alto preço
Um alto preço"

A Síndrome de Lady Kate é aquela velha história que a gente encontra no meio "evangélico": "Tô pagando para ser salvo!". Em outras palavras: "o sacrifício de Cristo não é suficiente para minha salvação". A música de Damares fala que o cristão precisa, de certa forma, completar a obra do Calvário para efetivar sua salvação, para ir morar no céu. Isso é ridículo. Fico meio inflamado mesmo quando ouço certos ensinamentos errados sendo propagados no nosso meio. Afinal, não é esse o ensino da Bíblia!

A Palavra nos diz que nosso esforço é inútil. Que, se tentamos salvar a nós mesmos, perdemos nossa vida. Que a obra de Cristo é o bastante para nos garantir vida eterna, no céu, com Ele. Que quando tentamos acrescentar algo à Cruz, já caímos da Graça. E por que ainda há esse tipo de velha religião "Tô pagando!" - na qual nossas obras nos salvam - infiltrada no nosso meio?

Galera, quem pagou o Alto Preço foi Cristo, na Cruz. A gente não pode acrescentar nada a isso, pois somos incapazes! Beleza, a música de Damares usa como base o versículo de Hebreus 12:14, que diz que sem santificação não tem como ver a Deus. Mas a interpretação equivocada tão conhecida, já foi desmitificada em um dos posts aqui do Bar (clique aqui para conferir). Segundo Aquino (2013), "santificação não é um processo para salvação, mas para testemunho. Ou em outras palavras, não me santifico para ser salvo, mas para ser sal. "

Deixo, ainda, um recado do nosso irmão Apóstolo Paulo:

"Permitam-me perguntar: Como começou a nova vida de vocês? Foi resultado do esforço para agradar a Deus? Ou foi por terem aceitado a Mensagem de Deus? Pretendem continuar com essa loucura? É preciso perder o juízo para pensar que é possível completar por esforço próprio aquilo que foi iniciado por Deus. Se vocês não foram capazes o bastante para começar a obra de Deus, acham que podem aperfeiçoá-la? Será que tudo o que sofreram foi inútil? Cuidado: vocês podem perder tudo o que alcançaram." (Gálatas 3: 2-4, A Mensagem)

Chega dessa Síndrome de Lady Kate, que nada tem a ver com Evangelho e real Cristianismo!




Alto Preço, Anderson Freire. Álbum O Maior Troféu - Damares. Sony Music, 2013.
bar da Graça não possui os direitos da música. Obra utilizada apenas para fins de análise crítica e resenha.

Severino Netto

2 comentários:

  1. Netto, muito legal esse post, então vou te vaiar, uuuuuuuuuuuuuuuuuuu
    glória DEUS pelo trabalho

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